O recente acontecimento no Rio de Janeiro, com bandidos que roubaram um carro e arrastaram um menino de 6 anos preso pelo cinto de segurança, por vários quilômetros, me fez repensar o próprio conceito de sociedade.
Criou-se o Estado para que os homens, dentro de um ambiente de segurança, pudessem exercer o máximo de sua liberdade, entendida esta como a possibilidade de se realizar ações que visando a um fim benéfico, também não tolham a liberdade alheia.
No entanto, cada vez que um acontecimento destes vem a tona, nos perguntamos como devemos punir os criminosos, o que deve ser feito para coibir a violência. Logicamente, os juristas de plantão (e politiqueiros oportunistas) falam da redução da maioridade penal, e das formas como devem ser punidos os adolescentes que desrespeitem as regras de convivência (e no nosso caso, o próprio respeito pela humanidade).
Será esta a forma de punir quem comete o crime? Em minha opinião, parte-se de um princípio duvidoso: existe uma idade a partir da qual se está propenso a delinquir? Não seria mais justo abolir a maioridade penal e tornar TODOS responsáveis, civil e criminalmente, por seus atos?
Uma vez que temos pais cada vez mais omissos e ausentes em relação à educação de seus filhos, não seria mais justo deixar que a sociedade os julgue então? Não seria melhor os representantes do povo investir seriamente na educação e pararem de construir presídios federais, com os quais, no ano de 2007, serão gastos 46 milhões de reais somente EM MANUTENÇÃO, ou seja, para alimentar e deixar encarcerados os infratores?
Não seria o caso de repensar o próprio teor das nossos propagandas, que bombardeiam a cabeça dos jovens com as mensagens de "consumo = felicidade", uma vez que não se dá condições a todos de consumir? O consumo em si não é o problema, uma vez que esta oportunidade seja dada a todos.
A continuidade das falácias de nossos governantes e a inação deste povo cada vez mais ignorante é que nos brinda com estes absurdos, com os quais apenas fazemos cara de indignados, e esperamos pacientemente pela novela, com capítulo inédito a seguir.
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